quinta-feira, julho 29, 2010

Bandeira do MST













O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST surgiu a partir da necessidade de promover a reforma agrária. Esse por sua vez é um sistema que visa distribuir terras de forma justa. A partir desse pensamento e da oposição real em que o Brasil se encontra, pessoas que não possuem terras para plantio organizaram um movimento de protesto contra a centralização de terras nas mãos de poucos. O movimento é organizado em 24 estados brasileiros a partir de comissões de frente que buscam a reforma agrária de forma verdadeira. Cada comissão é responsável pelos setores de saúde, direitos humanos, gênero, educação, cultura, comunicação, formação, projetos e finanças, produção, cooperação, meio ambiente e frente de massa. Como forma de reivindicação e de fazer valer a reforma agrária, o MST ocupa os latifúndios e se mobilizam em massa de forma que os proprietários fiquem sem maneiras de reagir. Também adquiriu ao longo do tempo características absorvidas de outras lutas sociais em busca dos direitos humanos. O MST a partir de sua manifestação impactante universalizou sua causa e tornou conhecida a necessidade de fazer valer o direito do homem de ter seu espaço para morar e promover seu sustento e ainda trouxe à tona a ocupação improdutiva de terras por pessoas que visam apenas terem posses. Existem pessoas que se infiltram no movimento com a intenção de enganar o governo e os próprios manifestantes somente para obterem um pedaço de chão. Estes, de maneira alguma devem ser considerados integrantes sem-terra.




Que impacto a mudança pode provocar na estrutura fundiária?



O impacto é pequeno. Mesmo assim, os latifundiários, o agronegócio e a mídia conservadora não admitem que se cumpra a Lei agrária, que determina a atualização regular dos índices de produtividade. Os dados utilizados atualmente são de 1975.



Qual é o aspecto mais positivo e qual o mais negativo?



A agricultura familiar e camponesa é mais eficiente, produz alimentos em menor área, gera mais empregos, embora receba menos recursos do que o agronegócio.



Qual é a realidade dos assentamentos rurais em geral, em especial daqueles que resultaram da luta organizada pelo MST?



Muitos assentamentos ainda enfrentam muitas dificuldades nas áreas de infra-estrutura pública e crédito para produção. No entanto, os assentados deixam de ser explorados, têm trabalho, comida e escola para os filhos. A maioria já tem uma casa própria melhor de quando eram sem-terra.



Qual a maior dificuldade enfrentada hoje pelas famílias assentadas?



A maior dificuldade é que os assentamentos sozinhos não se viabilizam, sem que haja uma prioridade para um novo modelo agrícola. Precisamos de um programa para a implantação de agroindústrias, na forma de cooperativas, para que se agregue valor e os trabalhadores aumentem a renda e dêem emprego aos jovens. É preciso construir escolas e capacitar professores em todos os níveis, para os jovens não irem para a cidade. É necessário um programa para o desenvolvimento de técnicas agro ecológicas, que permitem aumentar a produtividade sem usar veneno, produzindo assim alimentos sadios e baratos para a cidade.




http://www.youtube.com/watch?v=vI82mKX6L0Q


Trabalho de História do 2° ano EM. GRUPO: Jéssica Rodrigues, Maytê Rosale Atonelli, Érica Martins, Ronaldo, Mirian Drielly


Entrevista – Membro do MST

Qual o motivo de sua adesão ao movimento?
A esperança de ter a chance de um dia ter meu próprio pedaço de terra, da onde poderia retirar o necessário para sustentar minha família.

Quais são as dificuldades?
O descaso com que somos tratados por algumas pessoas, que acham que não temos capacidade de mudar a situação atual do país e que somos apenas baderneiros. A convivência nos assentamentos também nem sempre é das melhores, mas nos dedicamos para melhorar isso.
Quais são seus sonhos?
Sonho que o país tenha uma reforma agrária de forma verdadeira e justa, acabando com a desigualdade e o descaso com os menos favorecidos.

Qual o lado positivo e negativo de ser um membro do MST?
Algumas pessoas acham que somos vagabundos, baderneiros, mas isso é puro preconceito, opinião sem conhecimento. O lado bom é saber que estamos lutando por uma boa causa, por algo que vai melhorar a vida de muitos brasileiros e brasileiras que sonham com um país melhor.

Como vocês são tratados pelo governo?
Antes o descaso era muito grande, principalmente porque parte dos deputados são latifundiários. Hoje em dia o respeito é maior, o MST cresceu, provou que é um grupo organizado e seguro do seu objetivo.

Como é o MST hoje em dia?
O MST está presente em 24 estados brasileiros, temos uma estrutura democrática e as famílias participam nas decisões. Ele divide-se em vários setores, como, Frente de Massa, Formação, Propaganda/Comunicação, Finanças, Saúde, Educação, produção, Gênero e Meio Ambiente.

Além da reforma agrária, quais os outros objetivos do MST?
Queremos garantir uma vida digna ao trabalhador, não é por que ele mora no campo e trabalha com a terra que deve ser considerado inferior aos outros, ao contrário, ele merece respeito e tem direitos e deveres como qualquer outro cidadão.

A reforma agrária hoje ainda é necessária?
Não devemos pensar a reforma agrária somente como política de combate à pobreza, mas também é fundamental pensar nela como uma política de desenvolvimento e combate à desigualdade social.

Muitas das ações do MST acontecem em áreas onde há trabalho escravo, crimes ambientais e titulação fundiária duvidosa. Como são avaliadas essas três questões?
É importante que se diga que a mídia afirma que são os Movimentos Sociais os responsáveis pelos conflitos no campo. Mas ocorre exatamente o inverso, só existem movimentos sociais no campo porque há um problema agrário não resolvido.

As regiões sul e sudeste do Pará têm sido reconhecidas como as mais violentas Ao longo do tempo, esse cenário permanece?
Sim, permanece. É talvez a região mais violenta no Brasil. É uma região que se tem sido remodelada devido aos grandes projetos que vem recebendo.

Como o MST atua na área da educação?
O MST promove projetos de alfabetização de jovens e adultos nas áreas de acampamentos e assentamentos em parceria com entidades da Reforma Agrária.

Sabemos que a educação é um assunto preocupante nos acampamentos e assentamentos. Quais são os dados atuais sobre a educação entre os trabalhadores sem terra?
- Temos nos assentamentos e acampamentos em torno de 2.000 escolas públicas.
- Desta, 2.000 escolas, apenas 250 vão até o Ensino Fundamental completo e são 50 até o Ensino Médio, as demais são até a 4ª série.
- Atuam nessas escolas 10.000 professores.
- Temos parceria com pelo menos 50 instituições de Ensino, entre Universidades, Escolas Agrotécnicas. Somando, aproximadamente 100 turmas de cursos formais, num total de mais ou menos 4.000 estudantes jovens e adultos.


Alunos:
Beatriz Alves, Bianca Mangerona, Caio Veronese, Jéssica Vitoriano e Sarah F. Rosa - 2EM

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